Por Laura Donadel Zomer
Quanto tempo dura uma gestação?
A minha gestação durou 4 semanas, parece pouco para muita gente e parecia pouco para mim também, o primeiro bebê nós sonhamos muito, ainda mais eu… Me chamo Laura e tenho 21 anos, sou doula e massoterapeuta. Acompanhei alguns partos, conheci algumas gestantes e como na cabeça de muitas mulheres, imaginei o meu parto.
Todas as mudanças no meu corpo começaram muito cedo, por isso descobri rápido, fiz três exames de farmácia e um de sangue, todos deram positivo, a partir daí a felicidade contagio a família, fiz os cuidados iniciais, entrei em contato com doula e estava em busca de alguém especial para me acompanhar durante todo o processo perfeito que é a gestação.
1º dia: Em certa noite tive um corrimento escuro (Marrom), entrei em contato com a doula e médica, falaram que poderia ser a nidação (Fixação do óvulo fecundado no útero.), sem dor ou sangramento está tudo bem, mas começamos a monitorar…
2º dia: No dia seguinte, tive o sangramento, sem dor, aconselhada, fomos ao hospital (Eu e meu marido), fiz exame para ver se estava tudo bem com o bebê, e para minha surpresa não havia saco gestacional (Já que segundo a última menstruação estaria com 7/8 semanas e já teria como ver e em alguns casos auscultar o coração do bebe), disse o médico que poderia ser: bebê com 3/4 semanas ou não estar grávida.
Voltei para casa, repouso absoluto, sem dor e sangrando, neste dia foi assim o dia todo, umas fisgadinhas dos lados da barriga e sangue.
3º dia: Acordei e me mantive em repouso, sem dor e com sangramento, na parte da tarde fiz um breve passeio de carro, já que fui orientada a relaxar e repousar, o que tem que ser será!
Ás 16 horas comecei a sentir muita dor e sangramento, liguei para uma amiga/parteira/enfermeira que me orientou a ir para casa e passou algumas possibilidades para aliviar a dor: escalda pés, chá e remédio. Antes dela atender minha ligação, havíamos pensado em ir para o hospital, já que é a primeira coisa que pensamos nesses momentos, ainda bem que não fomos, quando cheguei em casa, não fiz nada do que me foi dito, não deu tempo…
Fui ao banheiro e ali tive meu parto, em casa como havia imaginado, só eu e meu marido. Em um primeiro momento e nas primeiras horas não conseguia admitir e não queria entender no que estava acontecendo, aquelas perguntas de sempre vêm à mente: Porque eu? Porque comigo? perguntas que se mantinham sem resposta…
Logo após o parto, não tive dor alguma, me senti fisicamente bem, continuei com sangramento por alguns dias.
Sobre tudo o que pesquisei e tudo o que passei, vi que:
— O mais importante: Para quem quer engravidar, procure antes de qualquer coisa pessoas que confie e possa te ajudar, é muito importante ter uma direção, eles te guiaram.
— Hospital somente se muito necessário, se o meu bebê estivesse maior e constatasse aborto, eles fariam curetagem, um procedimento bem forte.
— Sangramento, corrimento e dor: nada disso é sinal de aborto, mas é muito importante investigar, se sentir segura, saber como está o bebê.
— Conhecer seu próprio corpo é essencial.
— É muito comum perder o primeiro bebê.
Pensei bem antes de usar a palavra parto, parir, mas porque não? Quem disse que o meu bebê não nasceu? É muito importante compreender que muitas vezes o período da gestação não é o que estamos acostumados, que algumas vezes, a barriga não vai crescer, é preciso tratar esse assunto com naturalidade.
Não penso que o meu bebê teve má formação, que meu corpo desconheceu aquele corpo diferente, é muito mais saudável para o meu coração saber que ele virou um beija flor, como eu disse para toda minha família.
Precisamos começar a lidar com a perda de uma outra forma, dizem que depois que passamos por isso amadurecemos, é importante refletir sobre a vida e nascimento, o que tem que acontecer acontece e é simples assim!!!
Ahhh, e se você encontrar um beija flor, por favor, mande um beijo, pode ser o meu…
Pra quem quiser entrar em contato da Laura, segue seu e-mail: laura-zomer1@hotmail.com