A Primeira Viagem de Ônibus

 

Chegou o dia da nossa primeira viagem de ônibus. Joaquim sempre foi fascinado por meios de transporte e o ônibus sempre foi um dos seus preferidos. E enfim chegou o grande dia, numa primeira experiência para ambos. Ele na sua primeira viagem de ônibus e eu na minha primeira viagem de ônibus com ele. Nós dois embarcando juntos nessa aventura. Numa viagem de 4 horas sem parada para visitar os avós.

Confesso que uns dias antes da viagem comecei a ficar pensativa e um pouco temerosa de como seria passar quatro hora com uma criança trancada dentro de um ônibus. Uma criança que passa o dia todo brincando e pulando, tem o costume de brincar no quintal, correr e praticamente não pára sentado. Já estamos acostumados a viajar de carro, mas de ônibus é diferente.

Quando chegou o dia próximo a viagem comecei a falar que iríamos fazer uma viagem de ônibus, uma aventura. E ele se demonstrou super interessado e feliz com a viagem, e principalmente em rever a vovó, o vovô e o tio Pipo.

Comprei um assento na parte da frente do ônibus (santa ingenuidade rs) porém na hora do embarque o motorista nos avisou que iríamos em outro ônibus e teríamos que pegar um assento mais ao fundo (gracias a la vida..). Nos instalamos no fundão e não tinha quase ninguém por lá (oba!) o que nos possibilitou ficar bem a vontade (e ficamos mesmo rs).

 

viagem de ônibus

 

Então a primeira dica que aprendi ao viajar com criança pequena é: pegue um assento lá no fundo. Pois provavelmente será o local mais vazio e tranqüilo do ônibus. Durante o trajeto fiquei imaginando nós dois sentados lá na frente e achei que não teria sido muito legal não.

Uma coisa que me chamou atenção é como tem pessoas que se incomodam com a simples presença de uma criança dentro do ônibus, já outras demonstram simpatia e tem aqueles super solidários que oferecem ajuda pra carregar mochilas.

Outra dica que acho importante falar aqui é a de ter brinquedos a mão. Na nossa viagem de ida não levei muita coisa e senti que fez muita falta. Já na viagem de volta carreguei uma sacola de brinquedos (que ganhamos durante o passeio) e foi muito bom, cada hora tinha uma brincadeira diferente pra fazer dentro do ônibus.

Num dos momentos relax, Joaquim deitou no meu colo e rolou até cantoria. Cantando Maria Rita iniciou com Encontros e Despedidas, bem no clima da viagem. Na sequência cantarolou Cria, uma de suas músicas preferidas. E eu me derretendo de tanto amor!

 

Outro fator que vez a diferença na viagem: o horário! Na viagem de ida pegamos o busão pela tarde e confesso que meu filho fica bem mais agitado no período da tarde e como ele não faz mais soneca senti que chegou uma hora em que ele ficou entediado lá dentro e ao mesmo tempo não conseguia dormir, e foi nessa hora que a coisa começou a apertar, até que ele conseguiu dormir (ufa!). Porém já era no final da viagem e quando chegou estava dormindo e quando acordou ficou um pouco confuso. Tipo como assim, eu estava dentro de um ônibus e acordo aqui nesse lugar… hã? Onde estou?

Na volta pegamos o bus às 9h da manhã e mesmo ele não dormindo durante o trajeto foi muito mais tranqüilo do que na ida, ele estava mais calmo, curtiu mais o visual da paisagem e brincamos com mais tranqüilidade, além de termos mais brinquedos disponível. 🙂

 

viagem de ônibus 1

 

Na volta também fizemos uma amiga que sentou pertinho da gente. Dessa vez já pegamos o assento ao fundo e percebemos que a outra única criança que estava no ônibus acompanhada de sua avó também estava no fundão.

Dica boa: fazer novas amizades dentro do ônibus. 🙂

Joaquim e a menina conversaram bastante, brincaram e até combinaram de se encontrar novamente. Eu fico só curtindo as conversas, acho tão legal o bate papo entre as crianças. Me divirto e me emociono!

E conversando com a menina, ela me contou que estava voltando de um passeio na casa da avó e perguntei como estava o passeio, e pra minha surpresa ela disse que não gostou pois ninguém queria brincar com ela. Com aquela espontaneidade e sinceridade de criança.

Aquele olhar triste e a frase que ela falou ficaram ecoando na minha cabeça: ninguém queria brincar comigo. Aquilo me cortou o coração!

Percebi que com as simples brincadeiras que fizemos dentro do ônibus seus olhinhos já voltaram a brilhar. Aquele brilho no olhar que é tão natural da criança quando está vivendo e Sendo criança de verdade.

Isso só me confirma que conviver com criança não é a coisa mais simples do mundo e o que criança gosta e precisa mesmo é brincar! Além de atenção, afeto, paciência, amor, compreensão, respeito. Sim, não é tarefa fácil. Precisamos nos dedicar.

 

criança

 

E que é comum a criança não tendo isso se sentir sozinha, triste e até mesmo incompreendida. Aí vem o adulto falando aos quatro ventos que a criança é birrenta. A culpa cai sempre pra criança. Mas de onde vem essa necessidade de chamar a atenção? Olhemos com carinho e atenção pra esse tipo de comportamento pois provavelmente existe uma necessidade e uma emoção por traz.

Reforçou mais uma vez como um ambiente preparado faz toda a diferença nesses casos, até mesmo quando estamos fora da nossa casa. É aí que entra a criatividade! Uma simples caixa de papelão virada pra baixo com uma toalha pode se transformar numa mesa provisória. Uma caixa virada de lado pode ser uma garagem, um fogão, ou um esconderijo. Potes plásticos se tornam panelas ou porta sementes ou até mesmo um instrumento musical. Pedras, areia e folhas se transformam em ingredientes poderosos pra brincar de comidinha ou uma super carga de caminhão. Galhos podem se transformar em uma lúdica fogueira. E assim por diante.

E pra isso precisamos ter empatia: vamos nos colocar no lugar da criança. E aproveitar o gancho e resgatar a nossa própria criança interior.

Bem, essa foi a nossa experiência de viagem. Resumindo, gostei e espero viajar de busão mais vezes com o filhote. E agora já sei que da próxima vez vou escolher um assento no fundo, levar brinquedos diversos e de preferência viajar no turno da manhã.

Ah, já ia esquecendo: é muito importante levar um lanchinho saudável e água para beber. 😉

 

E você, como foi sua experiência de viagem de ônibus com criança pequena?

 


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Roberta

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