Metamorfose Maternante

Viver o puerpério é como viver numa bolha.
A melhor bolha.
Horas tão grande, horas tão pequena.
Às vezes parece que essa bolha não tem fim.
Uma bolha de sentimentos, pensamentos, sensações, tudo junto e misturado, sem muita coerência, decência ou paciência.
Quase tudo cabe nela. Quase. Pois essa bolha é seletiva.
As vezes ela é rígida, às vezes muito flexível.
Você pode até tentar controlar o que acontece lá dentro, mas dificilmente vai conseguir.
Você simplesmente se descontrola dentro da bolha.
É algo mais forte que você.
Porque ali dentro é tudo muito intenso.
A bolha do amor.
A bolha da dor.
A bolha da luz.
A bolha da sombra.
A bolha da transmutação.
Porque nessa bolha cabe um mundo.
O seu mundo. O mundo do bebê. Dois mundos em um só.
O mundo inteiro. Tudo ali na bolha.
A bolha do seu aqui e agora.
Você e seu bebê fusionados.
Você e sua criança interior abraçados.
Você e seu novo Eu transformados.
Na bolha da metamorfose.
A Metamorfose Maternante.

Claudia Tremblay _artodyssey (5)

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Roberta

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