A Minhoca e Eu

 

Esses dias eu e o Joaquim fomos buscar uma alface na horta. Comecei a lavar a alface e encontrei uma mini-minhoca. Dei um grito histérico. Sim, sempre me assusto com minhocas por mais que eu tente me controlar. É mais forte do que eu.

Joaquim perguntou assustado:

– O que foi mamãe?

E eu respondi:

– Filho encontrei uma minhoca e me assustei.

E ele:

– Eu quero ver ela!

Mostrei pra ele a minhoca e ele falou:

– Que “amorzinha”. Bem pequenininha. Ela tem a mamãe dela né mãnhi?

Bem, contei essa história pra falar de algo maior, pra falar do quanto construímos coisas (e monstros) na nossa mente. Do quanto criamos padrões sobre coisas, bichos, assuntos e situações ao longo da vida. E muito disso construímos na infância, com as vivências e experiências. Pra mim a minhoca era um monstro. Além de algo muito distante de mim.

Joaquim sempre adorou minhocas, pega elas na mão com naturalidade. Mexe na terra com prazer, sem medo. Do alto dos seus 2 anos e 10 meses ele já reconhece e respeita as minhocas. Admiro tanto isso!

Já eu demorei muito tempo pra encarar uma minhoca. Aliás acho que ainda não consigo encarar direito como vocês viram.

Sim, vou confessar. Sempre tive “nojo” de minhocas.

Só fui aprender já adulta quando estudei permacultura o que de fato era uma minhoca e toda a sua importânica para o desenvolvimento das plantas. Já era “crescida” quando fui saber o que era um minhocário.

E olha que eu nasci numa cidade do interior. Onde vivi por 17 anos. Mas num interior onde as pessoas queriam mesmo é ser “da cidade grande”. Ser “moderninho”.

Um interior onde me lembro nitidamente em tempos de escola que quanto mais a pessoa era do interior e lidava com a terra mais era tachada de “colona”, “interiorana”, “da roça”. Sendo bem clara e direta: pessoas “da roça” sofriam bullying.

Sim, pasme. Era bem assim. E imagino que isso deva continuar, tanto lá como em muitos outros lugares e interiores da vida.

 

criança na horta

 

Por isso hoje aprendo tanto com meu filho. Com a vida. Com a natureza. Com as pessoas do interior. Com as pessoas “da roça”.

Acho que foi muito por isso que a própria vida me levou a trabalhar e conhecer de perto as pessoas do interior. Aquelas que colocam a mão da terra.

Aquelas que fazem composteira, michocário. Aquelas que plantam. Que tratam as plantinhas com carinho e amor.

Aquelas que lutam por uma agricultura sem venenos.

Aquelas que fazem possível acontecer o consumo de alimentos orgânicos.

Nossa, como aprendi e aprendo com essas pessoas tão lindas, especiais e de uma simplicidade ímpar. De um coração generoso.

E me sinto muito feliz e agradecida pelo meu filho ter esse contato tão próximo com a natureza, esse olhar pras plantas, pros animais, pros insetos, pras árvores. E pras minhocas.

A importância de saber desde pequeno de onde vem o alimento. Conhecer e reconhecer as pessoas que lidam com a terra. Aquelas que plantam e colhem os alimentos que tanto adoramos saborear.

Salve salve as minhocas!

 

E você, qual sua relação com a minhoca? Com a terra?

Você deixa seu filho mexer na terra, se sujar? Pegar na minhoca?

 

Se você se identificou com a mensagem, comente, curta, compartilhe!!! 🙂

 

Compartilhar

Roberta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.